Meu caminho

Eu sempre gostei de viajar e sempre fui um apaixonado pelos carros e pelo que eles podiam nos permitir fazer.

Desde a infância, eu adorava construir coisas, desde barquinhos feitos com casca de eucalipto que eram numerosos num terreno baldio da Rua Gaivota onde morava no bairro de Moema, rua não asfaltada e que terminava no Córrego da Traição, atual Avenida dos Bandeirantes, importante avenida da cidade de São Paulo, onde os barquinhos eram lançados a navegar, principalmente nos dias de chuva e enxurrada.

Eu sempre quis construir os veículos que imaginava em meus sonhos e procurava sofisticar cada modelo, dos barquinhos de casca de eucalipto, ao porta-aviões feito com Eucatex perfurado, hoje conhecido como Eucadur.

MONTE-BRAS

Os Matchbox e Corgis eram uma paixão. Naquela época (início dos anos 1970) os Hot Wheels sequer existiam. Mas eu certamente, mesmo sem saber, já era um “Gearhead”. O Monte-Brás, da Brinquedos Estrela, me ajudava a dar vazão à criatividade de produzir maquinas e veículos, vindos da minha imaginação e da observação daqueles que existiam no mundo real.

A minha vocação pelo design, já dava “as caras”, quando eu desenhava no papel milimetrado, os esportivos com que sonhava, influenciados pelos Porsches, Ferraris, Lancias e De Tomasos pelos quais eu era fascinado.

Após essa fase, já com 12 anos de idade, me apaixonei pelos trens elétricos (escala HO) e me tornei um inveterado ferromodelista, paixão que durou até os 14 anos, quando os interêsses começaram a mudar.

Dos 15 anos em diante (até os 26), o foco voltou aos carros e motos. Nos 19, quando já trabalhava, o “Gearhead”que existia na minha cabeça, veio com força total. Modificar, customizar, preparar, era o meu sonho. Segurei a onda até os 26 já que profissionalmente estava insatisfeito, mas já tinha uma idéia do rumo que devia tomar. Vendi carro, moto, equipamentos do estúdio onde eu e uns amigos tínhamos um projeto de musica eletrônica e fui morar na Inglaterra.

Lá, estudei muito, na área de design de móveis e pós-produção para televisão, trabalhei e me apaixonei, pelos Land Rover.

Nunca havia tentado desenhar algo em 3D na lapiseira

De volta ao Brasil (e para a realidade), depois de trabalhar um tempo com pós-produção de filmes publicitários, foquei no conhecimento das mídias digitais (que estavam amadurecendo) e mais uma vez minha trajetória mudou.

Fui trabalhar com multimídia e internet que era ainda embrionária mas evoluindo rápido. No ano 2000 a “bolha da Internet” furou e eu virei estatística. De sócio e diretor de criação de um portal da área de saúde, eu passei a desempregado e trabalhador freelancer.

Acabei me aproximando da área de mídia impressa (sempre elitizada) e foi o que me reaproximou dos carros e das viagens. A minha segunda esposa (e atual) me reavivou a paixão pelos Land Rover e foi onde passei a dar valor aos 4X4.

Cheguei a criar e publicar a Go Anywhere magazine, especializada na marca Land Rover e que acabou sendo a semente para o projeto desse site

O LR Defender mais bacana que já tive

Virei um Landeiro fanático e só tive Land Rovers até 2022, quando vendi dois dos meus carros para colecionadores e comprei um Suzuki. Entendi que seria muito mais racional ter apenas um Land Rover raro. No meu caso, um Discovery I V8 com câmbio manual, sem Air Bags, ABS ou tetos solares e ter outros carros de outras marcas para o uso diário.

Com esse olhar sobre outras marcas, fui perceber que muitas pessoas estavam viajando e acampando e que “a pegada” era a viagem, o estilo de vida, as memórias e não o carro que se dirige. Um mero equipamento adaptado a uma necessidade. Mas foi inevitável, o interesse por outras marcas como Jeep, Suzuki, Mitsubishi, Toyota e Subaru. Se me perguntarem sobre predileções, com certeza, tenho um escolhido de cada uma dessas marcas. Sigo apaixonado pelos Land Rover Discovery I e II, mas já que sonhar não é proibido, talvez uma Sprinter 4X4 (DSTRACK), não sai da minha cabeça.

Mas chegou a hora de trocar a zona de conforto urbana (conforto?) e aprender (do zero)em família, que a vida vai muito além de consoles, streaming e redes sociais. E que viver “Outdoor” não é só passar o final de semana num camping.

Entendam por favor! Aqui não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém.
Sou tão novato como qualquer um que vai começar amanhã. Apenas quero tentar trazer informação e experiências que tenham sido úteis e que possam ser boas para quem quer que seja. Fui.